“Termino o livro e fecho o computador sabendo que, por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um." (LYA LUFT)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Entre TER e O PODER, eu prefiro... SER feliz!

- Por Rafaela Santos 

      O mundo moderno nos quer super, nos quer os melhores, os mais bem pagos, os mais reconhecidos. Creio que nisso todos concordam comigo. Mas, será que nessa busca pela superação financeira, pelo reconhecimento profissional e social, priorizamos o que realmente nos faz feliz?
      Para sermos "aprovados" pela sociedade, precisamos ter a melhor formação acadêmica, o mais bem conceituado emprego, uma considerável condição financeira e um casamento ideal - termo que, muitas vezes, camufla o que chamamos de unir-se matrimonialmente a um "bom partido".
      Será que buscamos tudo isso por uma questão de realização pessoal ou, simplesmente, para alcançarmos o tão sonhado e reconhecido status?
     Nem sempre as pessoas trabalham fazendo o que gostam, o que, inúmeras vezes, nos torna vítimas de  profissionais desqualificados, insensíveis e incompetentes para lidar com outras pessoas. Nem sempre as pessoas têm tempo para desfrutar do tão suado salário que conseguem adquirir após anos a fio dedicados aos estudos, o que, na maioria das vezes, acaba afastando-as da família, dos amigos e impedindo, inclusive, que descubram quem é realmente importante para suas vidas.
       Nem sempre o casamento ideal para a sociedade faz o mais interessado nele - o casal - feliz. Não são raros os casos de pessoas que malmente se suportam, o que as leva a viver de aparências, alimentando a alma de desilusões e infelicidade.
      O resultado de tudo isso são as frágeis relações sociais que vemos hoje em dia, apáticas, supérfluas, inconstantes: amizades que não duram, famílias desunidas, desestruturadas, pessoas incrédulas, casamentos fracassados... Isso tudo é "normal", aceitável? Pra mim, não é! 
      Muitas vezes, a tão sonhada felicidade encontra-se na humildade de um emprego que pode não ser tão valorizado pelos outros, mas torna aquele que nele trabalha realizado, por ver-se dedicando-se a algo que faz por prazer e, diga-se de passagem, faz muito bem.
      Muitas vezes, um emprego pode não te trazer renda suficiente para  comprar o carro do ano, a casa dos sonhos, mas te permite ter tempo disponível para conviver com as pessoas que você ama, oportunizando-te pequenas felicidades cotidianas, que te tornam uma pessoa realizada.
       Muitas vezes, aquele parceiro lindo e socialmente bem-visto não é um bom companheiro, não te faz feliz, nem acrescenta nada de bom ao relacionamento de vocês ou à sua vida, fazendo com que, após anos de dedicação, você olhe para trás e arrependa-se por tudo que deixou de viver, por tudo que não foram um para o outro.
       Ao refletir sobre isso, vem-me à cabeça a imagem de pessoas  idosas  que nunca estudaram, nunca tiveram uma condição de vida muito favorável, mas que também nunca deixam de exibir um belo sorriso nos lábios. Não estou com isso dizendo que devemos nos acomodar, fazer voto de pobreza ou qualquer coisa semelhante. Digo, apenas, que é preciso valorizar o que realmente nos faz feliz.
       É preciso priorizar, ao meu modo de ver, aquelas pequenas coisas cotidianas que nos satisfazem emocionalmente, aquelas pessoas que nos fazem esbanjar sorrisos espontâneos e com as quais sabemos que sempre poderemos contar. Devemos buscar condições de vida melhores? Com certeza! Só não podemos deixar que essa busca atropele nossa sensibilidade, nos distancie do que há de mais humano em nós.
       O emprego pode não ser o "melhor", mas te realiza profissionalmente; o salário pode não te permitir esbanjar glammour, mas é o suficiente para que você viva com conforto; o seu companheiro pode não ser o mais lindo ou o mais financeiramente favorecido, mas te valoriza, te faz feliz, te completa.
       Saibamos ser gente de verdade, saibamos encarar a vida não como um grande jogo de conquistas a serem exibidas, mas sim como uma grandiosa possibilidade de sermos felizes.
         A vida vale muito! Saibamos valorizá-la, saibamos viver bem, e não apenas existir!
        Entre TER e O PODER, eu prefiro... SER feliz!

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