“Termino o livro e fecho o computador sabendo que, por mais que os escritores escrevam, os músicos componham e cantem, o essencial não tem nome nem forma: é descoberta e assombro, glória ou danação de cada um." (LYA LUFT)
A vida me fez assim
Doce ou atroz, manso ou feroz
Eu, caçador de mim
Preso a canções, entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer se não o correr da luta
Nada a fazer se não esquecer o medo
Abrir o peito à força numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura
Longe se vai sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
O conto Civilização, do português Eça de Queirós, narra a vida de Jacinto, um homem novo e culto que vivia luxuosamente, rodeado dos mais sofisticados e recentes inventos. Apesar de todo o luxo em que vivia, o personagem era um homem sempre aborrecido, desanimado e entediado, o protótipo do homem civilizado, mas também da infelicidade. Tudo muda quando decide passar uma temporada bem longe da civilização.
Embora, inicialmente, tenha dificuldades em adaptar-se à vida longe de todos os objetos que antes considerava indispensável para seu conforto, Jacinto acaba invadido e transformado pela beleza e simplicidade da vida campestre. E é assim, longe da civilização, dispensando os exageros do luxo, que redescobre o prazer e a alegria de viver.
O trecho que se segue é o meu preferido, e nele o narrador faz uma belíssima reflexão, enquanto admira a paisagem campestre. O texto, na íntegra, pode ser conferido no link http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/port/civilizacao.htm
"(...) na cidade nunca se olham os astros por causa dos candeeiros — que os ofuscam: e nunca se entra por isso numa completa comunhão com o universo. O homem nas capitais pertence à sua casa, ou, se o impelem fortes tendências de sociabilidade, ao seu bairro. Tudo o isola e o separa da restante Natureza — os prédios obstrutores de seis andares, a fumaça das chaminés, o rolar moroso e grosso dos ônibus, a trama encarceradora da vida urbana… Mas que diferença, num cimo de monte, como Torges! Aí todas essas belas estrelas olham para nós rebrilhando, à maneira de olhos conscientes, umas fixamente, com sublime indiferença, outras ansiosamente, com uma luz que palpita, uma luz que chama, como se tentassem revelar os seus segredos ou compreender os nossos… E é impossível não sentir uma solidariedade perfeita entre esses imensos mundos e os nossos pobres corpos. Todos são obra da mesma vontade. Todos vivem da ação dessa vontade imanente. Todos, portanto, (...) constituímos modos diversos de um ser único, e através das suas transformações somamos a mesma unidade. Não há ideia mais consoladora do que esta — que eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que, agora, se esconde são moléculas do mesmo Todo, governadas pela mesma Lei, rolando para o mesmo Fim. Desde logo se somem as responsabilidades torturantes do individualismo. Que somos nós? Formas sem força, que uma Força impele. E há um descanso delicioso nesta certeza, mesmo fugitiva, de que se é o grão de pó irresponsável e passivo que vai levado no grande vento, ou a gota perdida na torrente!"
No tradicional conto "A princesa e do sapo", a bela jovem beija o asqueroso animal, que vira um lindo príncipe... e todos vivem felizes para sempre, não é mesmo?!
Na crônica de Fernando Veríssimo, por sua vez, temos um desfecho bastante interessante e inusitado. Acompanhem!
"Era uma vez... numa terra muito distante... uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!"
A crônica, por si só, dispensa comentários, não é?! E Fernando Veríssimo, como sempre, brilhantíssimo!
Segue uma música muito linda do grupo Anjos de resgate, uma belíssima canção chamada"Amigos pela fé" que me lembra algumas raríssimas pessoas, às quais posso chamar de amigos, sem dúvidas no uso do termo.
Quem me dará um ombro amigo quando eu precisar? E se eu cair, se eu vacilar, quem vai me levantar?
Sou eu quem vai ouvir você quando o mundo não puder te entender Foi Deus quem te escolheu pra ser o melhor amigo que eu pudesse ter
Amigos, pra sempre Dois amigos que nasceram pela fé Amigos, pra sempre Para sempre amigos sim, se Deus quiser
Quem é que vai me acolher, na minha indecisão? Se eu me perder pelo caminho quem me dará a mão? Foi Deus, quem consagrou você e eu para sermos bons amigos, num só coração Por isso eu estarei aqui quando tudo parecer sem solução Peço a Deus que te guarde (que te guarde, abençoe e mostre a sua face) E te dê a sua Paz."
Um emocionante vídeo para nos levar a refletir sobre as escolhas que fazemos em nossa vida, e o peso que uma decisão pode ter em nossas vidas e nas vidas de outras pessoas.
"Senhor, eu creio em Vós, mas aumentai a minha fé!"
Sabe aquele sonho que te acompanha durante anos e que, após sucessivas tentativas fracassadas, você acaba achando que nunca vai conseguir realizar? Pois é!Passamos boa parte de nossas vidas sonhando, planejando... Muitas vezes, acabamos constatando que o destino não nos reservou a concretização dos sonhos idealizados, e acabamos nos conformando, deixamos de lutar pela consquista do que tanto tínhamos planejando.
Mas chega aquela hora em que nos revoltamos contra tudo, buscamos respostas para o insucesso e questionamo-nos: Por que tem que ser assim? O que estou fazendo errado? Será que vai ser sempre assim?
Talvez, a respostas esteja na nossa capacidade limitada de esperar que tudo ocorra ao bel-prazer do destino. Quem poderá nos garantir que ele está sempre ao nosso lado?
É o momento de rebelar-se contra suas ações - ou sua falta de ação -, tentar virar a mesa, desistir desse jogo de cartas marcadas - em que você é a parte perdedora - e querer, querer muito... Querer com tal intensidade que tudo o que antes estava no plano dos sonhos passe a preencher sua lista de realizações.
Por mais que nos esforcemos, que sejamos bons, que nos dediquemos, a vida não costuma mesmo ser muito justa com todos, mas nem por isso devemos deixar que as circunstâncias nos desestimulem, levando-nos a desistir dos nossos sonhos, da nossa vida, de nós mesmos.Creio muito que Deus nos fez para sermos felizes, e que não é, portanto, de seu agrado ver-nos desolados, desesperançosos, conformados; o que Ele quer mesmo é ver nossa coragem de dar a volta por cima, vencer as barreiras que aparecem ao longo da nossa caminhada.
Dizem que "não importa o que a vida fez com você, mas sim o que você faz com o que a vida fez de você". Portanto, use suas derrotas, suas perdas, seus insucessos como elementos impulsionadores para dar uma rasteira no destino e mostrar que você mesmo pode construir um futuro melhor.
Chega de tanto sonhar esperando, de querer fantasiando, de perder reclamando! Queiramos querer!Ousemos realizar!!!
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê? Porque, automaticamente, esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas (...)
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!! A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perde também a felicidade"
"Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
(...)
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Talvez (a palavra saudade) não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência..."
Algumas pessoas dizem que é mania de perfeição; outras, que é querer de mais; muitas, que é um defeito; e há quem diga que seja ilusão. Mas, sinceramente, acredito que não consigo ser feliz com o quase, com pouco.
Gosto de emoção com intensidade, quero viver com verdade; quero chorar, se preciso for, no fim de uma caminhada que não deu certo,mas com a certeza de que dei o meu máximo para alcançar as coisas em que acredito. Sentimentos mornos não me aquecem; pouca vontade, para mim, é má vontade ou falta de vontade.
Nem sempre - principalmente, em se tratando de relacionamentos-, o mais importante é o tempo que as coisas duram, mas sim a intensidade com que acontecem. Acho que dá mais prazer, que sentimo-nos mais realizados em recordar um amor que pode não ter durado muito, mais que foi vivido com toda intensidade, do que arrastar-se anos a fio em uma relação baseada em "quases". Sou da opinião de Jabor quando afirma que o fim de um relacionamento não significa que esse não tenha dado certo, mas sim que deu certo enquanto durou.
Há uma música bastante interessante do Papas na Língua que retrata o fim de um relacionamento quase bom, e por essa razão, recebe esse título. Gosto das canções da banda, de forma geral - quem consegue esquecer "Vem pra cá" ou "Eu sei"? -, mas hoje gostaria de compartilhar a letra de "Quase bom". Espero que também gostem!
Quase foi como da primeira vez
meu corpo estremeceu
Quase foi como eu como eu sonhei
só você e eu só você e eu
As palavras que eu usei
e os recados que eu mandei
Quase sim quase não
quase você leu
quase você me entendeu
Quase você me deu a mão
Quase você me salvou
Quase eu acreditei
Quase nós chegamos lá
Guardarei os seus poemas
sobre as folhas com batom
Lembrarei do seu perfume
Textos da Tati de que gosto muito. Espero que também se identifiquem com algum deles.
"(...)depois de sofrer muito querendo uma pessoa perfeita e uma vida de cinema, eu só quero ser feliz de um jeito simples. Hoje o céu ficou bem nublado, mas depois abriu o maior sol"
"Ele me aperta como sempre, até que algum ossinho da minha coluna estale, e me diz, como sempre também: "Que é que você tem que eu sempre largo tudo e venho te ver."
" Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final."
"Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado. "
"(...)Dizem que materializar os sonhos escrevendo ajuda, então lá vai: quero transar com beijo na boca profundo, olhos nos olhos, eu te amo e muita sacanagem, quero cineminha com encosto de ombro cheiroso, casar de branco, ser carregada no colo, filhos, casinha no campo com cerquinha branca, cachorro e caseiro bacana. Quero ouvir Chet Baker numa noite chuvosa e ter de um lado um livrinho na cabeceira da cama e do outro o homem que amo.
(...)Que a gente brigue de ciúmes, porque ciúmes faz parte da paixão, e que faça as pazes rapidamente, porque paz faz parte do amor. Quero ser lembrada em horários malucos, todos os horários, pra sempre. Quero ser criança, mulher, homem, et, megera, maluca e, ainda assim, olhada com total reconhecimento de território. Quero sexo na escada e alguns hematomas e depois descanso numa cama nossa e pura.
(...)E quando eu tiver tudo isso e uma menina boba e invejosa me olhar e pensar que "aquela instituição feliz não passa de uma união solitária de aparências" vou ter pena desse coração solitário que ainda não encontrou o verdadeiro amor."
"O bom de ficar velho é que dá uma preguiça de sofrer."
"Se nossas linhas não fossem tão tortas não teriam se cruzado."
"De tanto tentar colocar um ponto final, eles acabam se tornando reticências…"
"Para vocês mulheres que desacreditaram dos homens, nem venham dizer que príncipes encantados não existem, pois eles existem, eles só não vem mais com uma roupa de galã branca em um cavalo branco, os príncipes encantados, são aqueles caras que dormem e acordam pensando em vocês, pensando em uma forma de fazer vocês felizes por mais uns dias, pensando em arrancar um simples sorriso, algumas infelizmente não tem o principe encantado porque ao invés de escolhê-lo, escolheram ao bobo da corte por ser mais bonitinho e engraçado."
"Só sei que eu estou preparada pra quebrar a minha cara se necessário, como eu já fiz muitas vezes na vida."
terça-feira, 10 de maio de 2011
Muito massa a tradução da música Gypsy (Cigana), de Shakira. A canção é marcada pelo ritmo dançante e caliente, característico da cantora. Indentifiquei-me com algumas frases que aparecem na música, como"Caminhar fica tão chato quando se aprende a voar..." e"...eu não vou recuar porque a vida já me machucou".
Segue a letra e o clipe, logo abaixo. Espero que também curtam!
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão
Porque é nossa capacidade de lutar que diminui a distância entre o possível e o impossível.
A verdade é que gostaríamos de colher apenas as rosas, não é mesmo? Mas, infelizmente, não devemos nos esquecer de que elas, geralmente, vem acompanhadas de espinhos. Como decidir-se diante desta situação?
"A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só, elas não sabem viver sozinhas...
Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com elas vão inúmeros espinhos. Não se preocupe: a beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos..."
Embora rock não seja exatamente um dos meus estilos musicais preferidos e algumas canções do grupo sejam um pouco "pesadas", as letras de algumas músicas do Charlie Brown Jr são bastante interessantes e reflexivas. Entre elas , há uma, Senhor do tempo, de que gosto muito. Quem se interessar, pode consultar a discografia completa no site letras.terra.com.br/charlie-brown-jr/. Tenho certeza de que encontrarão muitas letras bacanas.
Abaixo, a letra e o vídeo de Senhor do tempo.
Eu não sou o senhor do tempo, mas eu sei que vai chover
Me sinto muito bem quando fico com você
Eu tenho habilidade de fazer histórias tristes
Virarem melodia vou vivendo o dia-a-dia
Na paz, na moral, na humilde busco só sabedoria
Aprendendo todo dia, me espelho em você
Corro junto com você, vivo junto com você, faço tudo por você.
Seguindo em frente com fé e atenção
Continuo na missão continuo por você e por mim
Porque quando a casa cai
Não dá pra fraquejar, quem é guerreiro tá ligado
Que guerreiro é assim.
O tempo passa e um dia a gente aprende
Hoje eu sei realmente o que faz a minha mente
Eu vi o tempo passar vi pouca coisa mudar
Então tomei um caminho diferente
Tanta gente equivocada faz mal uso da palavra
Falam, falam o tempo todo mas não tem nada a dizer
Mas eu tenho santo forte é incrível a minha sorte
Agradeço todo tempo por ter encontrado você.
O tempo é rei, e a vida é uma lição
E um dia a gente cresce
E conhece nossa essência e ganha experiência
E aprende o que é raiz então cria consciência.
Tem gente que reclama da vida o tempo todo
Mas a lei da vida é quem dita o fim do jogo
Eu vi de perto o que neguinho é capaz por dinheiro
Eu conheci o próprio lobo na pele de um cordeiro
Infelizmente a gente tem que tá ligado o tempo inteiro
Ligado nos pilantra e também nos bagunceiro
E a gente se pergunta porque a vida é assim?
É difícil pra você e é difícil pra mim.
Vem que o bom astral vai dominar o mundo!
Eu já briguei com a vida, hoje eu vivo bem com tudo mundo aí
Na maior moral...Charlie Brown!
Vivendo nesse mundo louco hoje só na brisa
Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida.
"A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Se não a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."
.......Hoje, lendo Fernando Pessoa, encontrei uma mensagem que traduz um pouco meu atual estado de espírito, minha atual crença em que não devemos nem podemos nos conformar com o "mais ou menos", com o "mediano", com o "quase". A gente sempre pode mais, deve querer mais, e acreditar na possibilidade de alcançar talvez seja o primeiro passo para a conquista.
Como diria Caio Fernando Abreu, "(...) se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior". O importante é lutar sempre, não se conformar com o que nos faz mais ou menos feliz, porque o que realmente merecemos é ser feliz ao extremo.
Segue aí o texto, para que confiram e vejam se concordam comigo e com Pessoa.
"Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!"
Pela quantidade de textos de sua autoria que posto, acho que já deu pra perceber que admiro muito Caio Fernando Abreu. A cada novo leitura, vou me identificando ainda mais com seus textos e admirando sensivelmente sua capacidade criativa e reflexiva. Seu tom confessional, sua linguagem simples, sua espontaneidade no expressar.... tudo isso me encanta. Deixarei, então, como registro, alguns de seus textos de que mais gosto.
"Por tudo que há de mau no mundo, eu mereço o máximo do bom. Sem culpa."
"Aos poucos a gente vai mudando o foco. E o lugar nem te acrescenta mais, você começa a precisar de outros lugares. E de outras pessoas. E de bebidas mais fortes. Nem pensa. Vai indo junto com as coisas."
"(...)Todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa."
"Bom, feliz talvez ainda não. Mas tenho assim... aquela coisa... como era mesmo o nome? Aquela coisa antiga, que fazia a gente esperar que tudo desse certo, sabe qual?
— Esperança? Não me diga que você está com esperança!
— Estou, estou."
"Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço."
"...tenho me sentido legal. Mas é um legal tão merecido, batalhado..."
"(...)Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos."
"(...) Porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes, como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicídio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."
"Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez."
"Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi."
"Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei."
"Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido."